A Festa das Sub16

Pela primeira vez na história dos Campeonatos de Portugal, a A.B. Aveiro sagrou-se campeã no escalão de Sub16 Feminino! Esta geração de jogadoras deu assim continuidade ao título conquistado há dois anos atrás, quando venceram o escalão de Sub14.

Desde cedo se percebeu que a decisão deste campeonato seria entre Aveiro e Porto, já que estavam num nível superior ao apresentado e esperado das restantes equipas. Tendo em conta as regras de utilização de jogadores que são aplicadas na Festa do Basquetebol Juvenil, as selecções de Aveiro e do Porto souberam tirar partido da maior qualidade existente nas 12 jogadoras que levaram até Portimão. Ambas as equipas sabiam que para vencer teriam de defender forte em todos os jogos, não permitindo que as suas adversárias procurassem os seus pontos fortes. E tanto Aveiro como o Porto conseguiram limitar e de que maneira as suas opositoras: apenas num jogo a selecção de Aveiro sofreu mais de 40 pontos – jogo contra a A.B. Madeira, a contar para a segunda fase de grupos, e que acabou com o resultado de 62-42 para as aveirenses – enquanto que nenhuma equipa conseguiu marcar mais de 40 pontos à equipa portuense em nenhum dos 6 jogos disputados nesta Festa do Basquetebol Juvenil.

Dada a qualidade existente na sua equipa, Aveiro conseguia apresentar dois cincos muito equilibrados em cada um dos dois primeiros períodos de jogo, conciliando jogadoras evoluídas tecnicamente e que facilmente desequilibravam em ataque, com jogadoras agressivas e bastante disponíveis nas tarefas defensivas. Assim, era com alguma naturalidade que as aveirenses conseguiam ganhar alguma vantagem logo na primeira parte do desafio, para depois controlar essa vantagem, ou até aumentar a diferença pontual, dando tempo de jogo a todas as atletas que, regra geral, conseguiam contribuir positivamente para o sucesso colectivo da sua equipa. Uma das provas da qualidade das suas jogadoras foi o facto de a diferença pontual média por jogo da equipa de Aveiro ter sido de 21.67 pontos. E só no primeiro e no último jogo do Torneio é que Aveiro não venceu por uma diferença acima dos 20 pontos, já que no jogo de abertura venceu Santarém por 19 de diferença, enquanto que na Final bateu o Porto por apenas 7.

Como já se disse, a defesa foi a grande arma apresentada pelas aveirenses. Aliado à agressividade e intensidade defensiva de algumas jogadoras, juntavam-se a inteligência e as boas leituras de jogo das restantes. Para tornar a tarefa ofensiva adversária ainda mais difícil, Aveiro dispunha de 4 atletas que não sendo muito altas conseguiam impor algum domínio nas áreas próximas do cesto, ganhando muitos ressaltos e contestando inúmeros lançamentos adversários. Quando não conseguiam jogar em contra-ataque e eram obrigadas a jogar a meio-campo as aveirenses conseguiam, fruto da capacidade técnica e de algumas boas leituras de jogo das suas atletas, criar boas situações de lançamento – através de penetrações em drible ou através de passes penetrantes, Aveiro conseguia criar diversas situações de lançamentos de curta e média distância. No jogo da Final, sentiram algumas dificuldades a atacar contra a zona montada pela Porto, mas com alguma paciência em ataque, e sempre com o mesmo acerto defensivo Aveiro mostrou ser superior, vencendo por 37-30 e conquistando assim o primeiro título no escalão de Sub16 Feminino.

Além da paciência de Aveiro a atacar contra zona ou contra defesas homem ‘mais fechadas’, também merece destaque a paciência da atleta Artemis Afonso (#4). Sem com isto querer dizer que a jogadora mereça algum proteccionismo por parte das equipas de arbitragem, e compreendendo que em zonas perto do cesto a tendência para os contactos físicos é maior, não deixa de ser estranha a liberdade que as adversárias desta jogadora têm para poder abusar dos contactos, normalmente, ilegais. No jogo da Final então, foi impressionante. Seja a Artemis Afonso ou qualquer outro ou outra atleta, não me parece certo que os jogadores mais capazes física e tecnicamente possam ser constantemente prejudicados por terem essas tais capacidades.

A equipa de Sub16 Feminino da A.B. Porto viajou até Portimão como a equipa campeã em título e com uma importante cara nova nas 12 atletas convocadas para a Festa do Basquetebol Juvenil – Catarina Neves (#14), jogadora que na passada edição da Festa representou a A.B. Algarve. Tal como a selecção de Aveiro, também o Porto não encontrou grandes dificuldades durante o seu trajecto para a Final! O jogo que venceu por menos pontos, foi o último jogo da segunda fase de grupos, frente a Lisboa que terminou com o resultado de 43-31 a favor das portuenses. No entanto, no jogo da Final o Porto nunca conseguiu contrariar o ascendente da equipa de Aveiro, que com mais e melhores soluções ganhou uma vantagem no marcador que não mais largou. Na equipa do Porto, faltou quem ajudasse a já referida Catarina Neves pois a jovem base por vezes pareceu não ter quem a acompanhasse na tentativa de encontrar o antídoto para derrotar Aveiro.

Em terceiro lugar ficou a selecção de Lisboa. Com menos soluções de qualidade comparativamente a Aveiro e Porto, o jogo ofensivo de Lisboa centrava-se muito numa jogadora só jogadora, Paula Couto (#7). E disso se ressentia o jogo lisboeta, pois quando as equipas adversárias conseguiam anular bem a versátil extremo lisboeta a produção ofensiva da sua equipa baixava consideravelmente – nos três jogos em que Paula Couto marcou menos de 10 pontos, a selecção lisboeta acabou por perder! Esta procura excessiva de centrar o jogo numa só jogadora acabou por prejudicar Lisboa que contra as duas mais fortes equipas não teve grandes hipóteses de sucesso. No jogo de apuramento para o 3º e 4º lugar, com mais jogadoras em bom plano a nível ofensivo a vitória sorriu às lisboetas que venceram largo a selecção da Madeira, 72-43.

No final, os 4 primeiros lugares ficaram entregues a :

  1. A.B. Aveiro
  2. A.B. Porto
  3. A.B. Lisboa
  4. A.B. Madeira

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