A análise individual aos jogadores que na nossa opinião merecem maior destaque na NCAA segue com o grupo de jogadores com 3 anos de experiência no basquetebol universitário, os Juniors. A ordem pela qual são apresentados os jogadores não pretende ordenar qualitativamente ou preferencialmente os atletas em evidência, simplesmente apresentamos os 5 jogadores que mais nos agradam.
Kyle SINGLER, Duke University, SF, 206 cm
Kyle Singler ilustra o protótipo do típico jogador dos Duke Blue Devils: combativo, colectivo, inteligente, conhece e interpreta bem o jogo, detém um leque de fundamentos ofensivos bem definidos e que lhe permitem ter sucesso no basquetebol universitário. Apesar de não ter melhorado a sua percentagem de lançamento em relação ao último ano, Singler continua a ter no lançamento exterior uma arma letal, apesar de alternar bem o jogo interior com o jogo exterior: a este nível percebe quando tem vantagem de jogar em zonas interiores, conseguindo ter sucesso fruto do seu arsenal de movimentos ofensivos, tanto a jogar dentro como fora.
Esperava-se que este fosse o ano em que Kyle Singler liderasse inquestionavelmente os Blue Devils. Esperava-se que fosse o líder não só dentro de campo, mas também nas folhas de estatística, onde revelava dominar diversos aspectos do jogo. No entanto, tal não tem sucedido, e o extremo da equipa do ‘Coach K’, pode estar a hipotecar algumas das suas hipóteses de ser bem sucedido no Draft da NBA.
Mas ainda falta o mês mais emocionante da NCAA, e tendo em linha de conta a tenacidade de Singler nos momentos decisivos, pode ser que o jogador que figurou no documentário ‘Gunnin for that #1 spot’ realizado por Adam Yauch dos Beastie Boys, assuma as rédeas do jogo de Duke e volta a ter o protagonismo e a qualidade que lhe é apontada desde os seus tempos de High School.
Evan TURNER, Ohio State University, F/G, 201 cm
Evan Turner é um dos grandes candidatos a receber o prémio de Jogador do Ano da NCAA. Juntamente com o base de Kentucky, John Wall, Turner tem sido um dos grandes destaques individuais da temporada, conduzindo a sua equipa de Ohio State à liderança da Conferência Big Ten. E isto acontece numa temporada em que o conjunto de jogadores dos Buckeyes não é assim tão profundo em termos de qualidade individual.
Este é o caso de um jogador com os atributos técnicos e tácticos de um base, mas com o corpo de um extremo. Evan Turner tem a capacidade de criar lançamentos para si e para os seus colegas, demonstra grande sentido colectivo e conhecimento do jogo, mas também ataca o cesto sem qualquer problema, fruto dos seus fundamentos ofensivos de grande qualidade. Não é de estranhar que seja o líder estatístico da sua equipa no que diz respeito a pontos marcados (19.5), ressaltos conquistados (9.4) e assistências efectuadas (5.8) por jogo. Além disso, na hora de defender Turner não se esconde, e dada a sua versatilidade consegue defender várias posições, sempre com boa eficácia.
Tendo de melhorar o seu lançamento de longa distância para se poder tornar numa verdadeira ameaça global no Planeta NBA, Evan Turner é um dos jogadores mais apetecidos para o Draft de 2010, e neste momento é um dos mais capazes atletas da NCAA, sendo um dos favoritos à conquista do prémio de Jogador do Ano. Conseguirá bater o caloiro John Wall?
Cole ALDRICH, University of Kansas, C, 211 cm
Se Sherron Collins é o grande líder da equipa dos Jayhawks, Cole Aldrich é a presença que domina as áreas próximas do cesto. E quando na temporada anterior os dois jogadores decidiram ficar mais um ano a jogar pela equipa do treinador Bill Self, cedo se percebeu que esta dupla causaria muitos estragos ao longo da temporada e do Torneio da NCAA.
Aldrich, um poste de 2.11m, surpreendeu muitos dos especialistas quando decidiu não avançar para o Draft de 2009, ficando mais um ano na Universidade de Kansas. E essa escolha poderá estar a prejudicar as hipóteses de Cole Aldrich ser escolhido nas posições mais elevadas, uma vez que o poste não tem melhorado os seus dados estatísticos durante a temporada de 2009-2010. Aliás, no que diz respeito à marcação de pontos e aos ressaltos conquistados Aldrich diminui drasticamente. Melhorou no aspecto dos desarmes, ostentando a impressionante média de 3.5 desarmes de lançamento por jogo.
A jogar de costas, perto do cesto, é um jogador muito difícil de ser defendido, já que sabe posicionar-se de maneira correcta a receber as assistências dos seus colegas que desequilibram a partir do exterior. No entanto, revela algumas dificuldades em criar lançamentos para si, e em jogar de frente para o cesto, com o seu lançamento de meia distância a ser uma pecha a corrigir. Na defesa, o seu domínio a este nível é total, e além da sua média de desarmes de lançamento e de ressaltos conquistados, ainda tem a capacidade para intimidar e alterar a trajectória de lançamentos dos seus adversários. Mesmo com estas limitações é candidato a ser escolhido no Top15 do Draft, e sem dúvida será a presença interior que os Jayhawks necessitam para reconquistar o título de campeões da NCAA.
Kalin LUCAS, Michigan State University, G, 183 cm
Um dos melhores bases da NCAA mora em Michigan State, outrora casa de um dos melhores jogadores de todos os tempos – Earvin ‘Magic’ Johnson. Mas em 2010, é Kalin Lucas quem assume o protagonismo de uns Spartans que pretendem repetir a presença na Final4, depois de o terem conseguido na passada temporada onde baquearam apenas na finalíssima.
Lucas é um base extremamente rápido, com uma excelente capacidade de drible, que sabe tirar grande vantagem das situações de bloqueio directo e que tem cada vez mais confiança no seu lançamento exterior e de meia distância, arma que vem usando mais regularmente. A sua maturidade e conhecimento do jogo são uma grande mais valia, e a capacidade que tem de manter os seus colegas a participar activamente no jogo fazem dele um base capaz, que não precisa de marcar 20 pontos para ter feito um grande jogo. No entanto, quando se vê um jogo de Kalin Lucas não se pode deixar de reparar na velocidade que o base dos Spartans imprime nas transições ofensivas da sua equipa, acelerando o jogo e raramente perdendo o controlo e a noção da decisão a tomar.
O sucesso da caminhada de Março dos Spartans dependerá em grande parte de Kalin Lucas, e de como conseguirá envolver os seus colegas para alcançar o sucesso colectivo. Sem dúvida que será um dos jogadores a seguir com mais atenção tanto pelos adeptos de basquetebol, como pelos olheiros da NBA que vêem em Kalin Lucas uma excelente opção para um base que salte do banco e consiga controlar os ritmos correctos a que a equipa deverá jogar e ainda que consiga que execute as jogadas planeadas, mantendo os seus colegas envolvidos no jogo. Poderá ser escolhido na 1ª ronda do Draft de 2010, se decidir candidatar-se.
Patrick PATTERSON, University of Kentucky, PF, 203 cm
Quando a decepcionante época de 2008-2009 dos Kentucky Wildcats terminou, muito se especulou sobre o futuro de dois dos principais jogadores da equipa de Lexington: Jodie Meeks e Patrick Patterson abandonariam o barco e candidatavam-se ao Draft da NBA, ou permaneceriam a jogar na Rupp Arena perante os fiéis seguidores dos Wildcats? Jodie Meeks saiu, Patrick Patterson ficou, muito por culpa de John Calipari, o novo treinador de um dos históricos programas de basquetebol da NCAA.
Ao continuar no basquetebol universitário, ao continuar em Lexington, um dos objectivos de Patterson é, obviamente, ganhar! Devolver a glória aos Kentucky Wildcats e somar o 8º título da NCAA para esta Universidade. Outro dos seus objectivos é melhorar os seus fundamentos, principalmente o drible, os movimentos interiores de costas para o cesto, e as leituras tácticas ofensivas. Pretende melhorar para chegar pronto à próxima fase, a NBA. E apesar de os seus números individuais terem diminuído, percebe-se que assim aconteça já que Kentucky tem agora mais soluções e não precisa de basear o seu jogo em apenas duas referências individuais. Um aspecto que merece destaque e que poderá ajudar Patrick Patterson a receber maior atenção por parte das equipas NBA é o lançamento exterior. Se no passado raramente, ou quase nunca, se aventurava em lançamentos para lá da linha de 3 pontos, este ano tem sido uma constante, e dos 31 jogos realizados, apenas em 4 deles não lançou um único triplo.
Poderá não ter a altura ideal para jogar a PF, mas a sua capacidade atlética, a sua vontade de ganhar, e o medo que não tem, fazem de Patrick Patterson um feroz competidor, daqueles que nunca desiste até que a equipa chegue à vitória. Em Kentucky está, finalmente, a conseguir levar os Wildcats aos triunfos. Conseguirá repetir na NBA? Espera-se que seja escolhido no Top15.
Também considerados no núcleo de melhores jogadores Juniors: Manny Harris (Michigan), Robbie Hummel (Purdue), James Anderson (Oklahoma St.) e Malcolm Delaney (Virginia Tech.)